Viva o Marden!
março 7, 2023 - Notícias
Aroldo Murá com os desembargadores Joatan Carvalho e Rosane Andriguetto, e o jornalista Marden Machado, no lançamento de Vozes do Paraná 11
Hoje é dia de celebração no mundo dos cinéfilos e bons jornalistas. Marden Machado, jornalista, escritor e crítico de cinema por excelência, referência no Paraná e no Brasil, completa 60 anos. Seu portal Cinemarden é o maior do país em resenhas de filmes, postadas religiosamente todos os dias, há 4563 dias.
Marden foi personagem de Vozes do Paraná 12, perfilado pelo saudoso professor Aroldo Murá. Abaixo, um trecho do saboroso perfil. Viva o Marden, que viva 100 anos! Ou como brindariam os Corleone, cent’anni!
Marden Lincoln Machado tinha tudo para ser, de saída, associado a alguém repetitivo, pois é aquele que domina um tema, um especialista. Para fáceis avaliadores do próximo, especialistas seriam, então, tipos humanos áridos, monocórdios em busca de sua outra rara metade d’alma. Pelo menos, no caso dele, esse “modelo” é puro preconceito. Não é “homem de um só livro”. Pelo contrário, o cinema, sua especialidade-paixão, é porta de entrada para uma conversa agradável, a abertura de cenários e horizontes que ajudam a entender o piauiense que tem a tela grande na alma, fato umbilicalmente inseparável de seu dia a dia.
O cinema, costuma dizer, é pedagógico, decifrador de realidades e questionador do passado, alimentador do presente e pleno de premonições para montar o amanhã. (…)
O site (Cinemarden) é apenas uma das faces que ajudam a compreender a dimensão humana de Marden. Lá ele posta, desde o primeiro dia, em 2010, todos os dias, uma resenha – não mais que 15 linhas – sobre um filme. Exercício de precisão suíça. Já são 3 mil e tantos filmes resenhados, acervo que ele conhece de cor e salteado em seus momentos todos.
Marden Machado em entrevista a Aroldo Murá e André Nunes, para o Vozes do Paraná 12. Foto: Annelize Tozetto
Ágil, com a correta noção jornalística do que é importante e onde se esconde essencial (explícito ou não) de uma narrativa, Marden não perde tempo. Ocupa seu espaço, revela-se na primeira pessoa, ele que se habituou por dever de ofício, a radiografar o universo dos outros.
Jamais faz “show off”, é elegantemente discreto. Transita com o mesmo equilíbrio no mundo da burocracia estatal em que é muito acatado e requisitado – como na Justiça Eleitoral, e no gabinete do Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Xisto Pereira.
Marden se adapta aos códigos do estabelecimento funcional, não se percebe nele qualquer choque com “habitus” do serviço público. “É um servidor modelar”, observa-me um juiz de Direito que o conhece bem. Opinião que outros tantos repetem sem dificuldade.
Marden jamais dirá, mas acho que a maior parte de seu coração está hoje no Cine Passeio, da Fundação Cultural de Curitiba, do qual é um dos curadores. E que, curiosamente, coloca-se entre as salas que exibem os melhores filmes de qualidade de Curitiba.
Viva o Marden!
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