13-PR anula julgamento de acusado de assédio sexual Francielly Azevedo Especial para a FOLHA Curitiba A 1 Cámara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná decidiu, nesta quinta-feira (7), anular o julgamento da apelaçáo criminal do tenente-coronel da Polícia Militar Fernando Dias Lima, conhecido como Doutor Bacana.
Ele é acusado de atentado violento ao pudor e assédio sexual contra mais de 90 mulheres da corporagão. Com a decisáo, os autos retoman á Vara da Justiça Militar Estadual, para que o MP-PR (Ministerio Público do Paraná) possa incluir infonnações na deduacia. O processo tramita em sigilo.
Em jamho do ano passado, o tenentecoronel foi absolvido por unanimidade pelo Conselho Especial de Justiça Militar, cona a justificativa de que o crime de atentado violento ao pudor, conforme o Código Penal Militar, requer violencia fisica ou grave ameaga, o que n a teria acontecido. A FOLHA enuou em contato cona o actvogado Zihno Girotto, que representa Lima, mas n a obteve retorno. Durante o julgatnento, nesta quinta-feira, dezenas de mulheres militares, vestidas cona camisetas brancas, estiveram em frente ao Tribunal de Justiça, em Curitiba.
Na manifestagáo pacífica, elas levavam cartazes e pediam pelos direitos das vítimas. "É como se nós, mulheres da corporagão, náo tivéssemos o respeito e a dignidade, que merecemos e precisamos. Essas vítimas representam o Estado. São profissionais que no dia a dia socorrem mulheres que sofrem todos os tipos de violencia, como as que elas sofreram.
Infelizmente o assédio sexual atine a nós mulheres, mas a luta continua, é diária", disse á FOLHA a coronel Rita Aparecida, veterana das fileiras da PM e Conselheira da Associaláo dos Militares. O CASO Conforme a denúncia do MP-PR, o tenente-coronel Fernando Dias Lima teria praticado os crimes de assédio sexual e atentado violento ao pudor, de forma reiterada, entre 2011 e 2018, durante atendimentos médicos em consultórios do 5 Comando Regional da PM e do 60 Batalháo da PM, em Cascavel, na Regiáo Oeste, e na Academia Policial Militar do Guatupé, em São José dos Pinhais, na Regiáo Metropolitana de Curitiba.
As investigagóes sobre o caso tiveram início, em 2018, a partir de representagáo de urna das vítimas.
Na ocasiáo, Doutor Bacana chegou a ser preso, mas foi liberado poucos dias depois. Atualmente, segundo a PM, ele está afastado das fungões. Apesar disso, continua recebendo os salários de mais R$ 22 mil, de acordo com o Portal da Transparencia.
TJ-PR anula julgamento de acusado de assédio sexual
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