Vila Capanema, casa do Tricolor. Foto: Divulgação/Paraná Clube
A diretoria do Paraná Clube entrou com um pedido de recuperação judicial junto à Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), em caráter de urgência, por “risco de dano irreparável”. A medida é mais uma que busca uma recuperação financeira sustentável do Tricolor.
Segundo o documento, encaminhado pelo escritório Tedeschi & Padilha Advogados Associados, o valor da causa é de R$ 100 mil e se dá apenas para fins fiscais, uma vez que a dívida estimada pelo mais recente balanço do clube é de R$ 155 milhões.
“Além disso, aproveita-se para registrar que o presente pedido suporta caráter de urgência, pois o Paraná Clube sofre bloqueios diários em suas contas em razão das execuções, o que prejudica o pagamento de fornecedores, de folhas de salários e demais despesas essenciais para a manutenção de suas atividades”, diz o pedido.
01PETrecuperacaojudicialparanaclubeBaixar
Sede da Kennedy
Os representantes paranistas alegam que o Paraná, por intermédio de sua SAF já constituída, se enquadram nos critérios para solicitar uma recuperação judicial que, caso aceita, pode permitir a suspensão de todas ações e execuções contra o clube – a mais importante dela, o leilão da sede social da Avenida Kennedy, consta no pedido.
‘Velho algoz’ marca na derrota do Paraná para o Vitória no Brasileirão de Aspirantes
Remanescente do Estadual, Iacovelli se emociona com gol da classificação do Paraná
“A arrematação da sede da Kennedy causará dano irreparável aos milhares de torcedores, e mais no âmbito socioeconômico haverá prejuízo para 51 empregados, 29 prestadores de serviços de manutenção, 12 supervisores de esportes: futebol de areia, 112 atletas de projetos sociais, 80 atletas do futebol profissional, 170 atletas do futsal masculino e feminino, 102 atletas da categoria de base, sendo 585 pessoas que vivem e trabalham no Paraná Clube. A requente possui forte atuação social”, informam os advogados.
Sobre o patrimônio tricolor, além de mencionar ter uma torcida estimada de 500 mil pessoas, o pedido de recuperação menciona as sedes da Kennedy e da Vila Olímpica do Boqueirão, outra que nos últimos anos foi ameaçada com pedidos de leilão.
“Em termos patrimoniais, podemos citar como parte importante do patrimônio as Sedes Kennedy e Vila Olímpica do Boqueirão, ambas com avaliação judicial (docs. 38 e 39) em que restaram avaliados em R$ 88.000.000,00 (oitenta e oito milhões de reais) e R$ 37.570.00,00 (Trinta e sete milhões, quinhentos e setenta mil reais) respectivamente, representando, somente esses dois ativos, em mais de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais)”, acrescenta.
Fôlego para negociar
A direção paranista espera que o pedido de recuperação seja aceito, o que daria um novo fôlego para a apresentação de um plano detalhado para o saneamento das finanças do clube nos próximos anos. Para os advogados, o Ato Trabalhista e outras medidas de enxugamento dos gastos provam que o atual Conselho Gestor quer pôr a casa em ordem.
“A intenção do Paraná Clube quando a constituiu a SAF, além da possibilidade de receber investimentos, foi tornar o clube uma empresa, com visão gerencial, governança corporativa e visão profissional de negócios, para que o clube, além de sanar suas dívidas e seu passivo atuais, torne-se perene e consiga saúde financeira duradoura”, destaca.
A SAF e demais temas financeiros deverão constar na reunião desta terça-feira (5), no Conselho Deliberativo do Paraná.
Paraná Clube cita SAF e 500 mil torcedores em pedido de recuperação judicial
5|4