Uma médica de Curitiba foi vítima de uma tentativa de estelionato que vem se tornando comum: o chamado "golpe dos precatórios". O crime é executado por golpistas que se passam por advogados ou servidores do Estado para tentar tirar dinheiro de quem tem valores a receber do governo.
À RPC, Rejane Maria Ferlin detalhou o funcionamento da tentativa de golpe que sofreu recentemente.
Segundo ela, tudo começou com uma mensagem via aplicativo de mensagens, avisando que a médica podia sacar o dinheiro de uma ação que ela moveu contra o governo.
O valor disponível para o saque passava de R$ 81 mil, mas para ser liberado, a vítima precisava depositar R$ 2.999,12 para um suposto servidor da Justiça.
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Na mensagem que ela recebeu constava o nome de um escritório de advocacia, um advogado e, inclusive, o número do processo. Todos os dados eram reais. A médica ficou desconfiada porque, há 10 anos, tinha recebido o dinheiro desta mesma ação.
“Daí eu tive a dúvida: ‘será que ficou alguma coisa pra receber?’ Mas como tem muito golpe, resolvi averiguar”.
“Daí eu tive a dúvida: ‘será que ficou alguma coisa pra receber?’ Mas como tem muito golpe, resolvi averiguar”.
A médica ligou para o número indicado na proposta, mas ninguém atendeu. Segundos depois, ela recebeu uma mensagem de texto de uma pessoa interessada no negócio e com supostos detalhes do processo.
A médica chegou a pedir os dados de quem receberia o depósito, mas a pessoa disse que não podia passar essa informação, orientando a médica a fazer uma transferência via Pix. Sabendo que era golpe, ela encerrou a negociação.
“Essas pessoas são especialistas em golpes, podem te fazer a cabeça e te enganar”.
Uso de nomes de escritórios reais
O advogado Rodrigo Kanayama, especializado em precatórios, disse que o nome do escritório dele, de Curitiba, foi usado em pelo menos 10 tentativas de golpe. Ele procurou a polícia e registrou Boletim de Ocorrência.
Segundo o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), o pagamento de precatórios segue uma ordem definida por lei, e que não exige depósitos antecipados para liberar o dinheiro.
A orientação é que, em caso de dúvida, as pessoas consultem a central de precatórios do tribunal, e o advogado responsável pelo caso.
“É muito importante que as pessoas conversem com seus advogados, não aceitem essas comunicações por WhatsApp pedindo depósitos em dinheiro. O advogado eventualmente vai cobrar honorários pelo trabalho que ele fez, mas não existe um pagamento para retirar o dinheiro”, alertou Kanayama.
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